Desde o começo eu sabia que essa estória de blog não ia dar lá muito certo. Eu não tenho muita inspiração para manter isso com mais freqüência... mas de vez em quando surgem algumas coisas que têm que ser ditas e escrever às vezes é a melhor forma de fazê-lo.
Hoje eu to indo embora de Campo Grande. É uma mudança que vai acontecer meio aos poucos, porque volto em alguns dias para qualificar, e depois para defender o mestrado, e logo é final do ano e já volto... enfim, estou tentando convencer a mim mesma que este não é um passo gigantesco e que vai mudar completamente minha vida. Parece estar claro que não estou conseguindo.
Neste processo de mudança, apesar de todo mundo saber que eu já tinha decidido ir, eu não contei pra todos que eu estava indo agora. Algumas despedidas ficaram pras próximas vindas, porque eu não agüento tudo de uma vez. Outras despedidas são absurdamente difíceis, mas necessárias, como a da minha tia. Outras, ainda, ficaram meio como um “até logo”, porque a certeza de que nossas vidas é um constante encontro e desencontro faz com que tenhamos a sensação de que não é exatamente uma mudança.
Mas o que me fez escrever este post hoje, algumas horas antes de viajar, foi a despedida que acabei de fazer. Uma das mais difíceis – tanto que teve que ser feita em duas etapas.
Uns amigos vieram aquí em casa agora a noite, e já tínhamos nos despedido no final de semana. E foi com o coração na mão que eu via que o tempo passava, que estava chegando a hora deles irem embora... mas também, e principalmente, foi maravilhoso compartilhar esse momento com eles. Porque cada risada que a gente dava, cada foto da lembrança que eles me preparam que nós víamos, cada palavra me lembrava de uma coisa que a gente passou. Nos conhecemos já faz um tempo grande, mas nos últimos três anos ficamos cada vez mais próximos. E agora, cada problema é enfrentado junto, cada alegria compartilhada, cada sonho divido entre todos, cada decisão conta com a participação e a opinião dos outros.
Foram dezenas de fofocas, suquinhos gamy, fotos, momentos, abraços, lágrimas, palhaçadas, e milhares de pequenos momentos que preencheram minha vida. Sem eles tudo seria vazio. Sem eles eu não teria conseguido enfrentar os furacões e tempestades que de vez em quando a vida trás.
Eu tenho muitos amigos, essa é uma coisa que eu não posso negar. Morro de medo de parecer injusta com alguns, mas saibam que o que faz com que esta despedida tenha sido uma das mais difíceis é porque estivemos muito próximos nesses últimos tempos. Eles estavam no meu dia-a-dia, todo dia no MSN, quando não tinha noticia de um perguntava pro outro. Porque passava temporadas sem sair e de repente resolvíamos fazer uma janta, aí juntávamos meia dúzia de coisas, convidávamos o José e a festa tava feita. E isso era motivo para outras festas, outros encontros, outras conversas. Pelas discussões teóricas, pelos medos, por compartilhar os sentimentos que nada ia dar certo e por passar por isso. Por acordar sete horas da manhã no frio pra estudar junto. Por quase matar o outro por levantar duvidas que antes não existiam, mas que de repente passaram a ser existenciais. Enfim, por serem eles.
Jeferson, Priscila Teruya, Priscilla Bolfer, Luis e Julio. A amizade de vocês está entre as coisas mais especiais que eu tenho na vida. E se hoje eu tenho coragem de ir, é porque sei que tenho para onde voltar. Porque sei que ainda que cada um vá parar em um canto diferente do mundo, nós sempre vamos estar perto.
Hoje, enquanto via aquelas fotos, pensava nos milhares de momentos que a gente passou junto, e das confusões, e das loucuras, e de tantas outras coisas nos tornaram um grupo de amigos. E pensava que consigo ir porque levo dentro de mim todos e cada um destes momentos; que algumas coisas nunca ficam para trás, a gente carrega sempre dentro do coração. E que meus sonhos e meus projetos não existiram sem vocês.
Logo volto para mais momentos e, enquanto isso, a internet vai quebrando o galho e encurtando as distancias!
Amo vocês, e obrigada por tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário