segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sobre o felizes para sempre



Sim, passei dias sem escrever. E não tem desculpas: tive tempo, talvez até inspiração. Mas essa ultima semana a preguiça falou mais alto... mas, para voltar, contar de uma coisa muito legal que aconteceu semana passada. Como de costume, uma pequena introdução...heheheheh


Eu, como quase todas as meninas, cresci ouvindo histórias de príncipes e princesas encantadas. Aquelas coisas da Disney, de “não se preocupe que o príncipe resolve todos os seus problemas e ainda te leva pro castelo encantado e de quebra vocês ainda ganham o felizes para sempre”. Confesso que passei grande parte da minha adolescência acreditando nisso. Muitos dos meus problemas (problemas de adolescente; mas deve-se dar um desconto porque na época parecia que aqueles problemas eram o que poderia haver de pior) só eram encarados com a ilusão de que logo alguém chegaria e resolveria todos os meus problemas.


Há muito deixei de pensar assim. Em relação a príncipes, em relação a salvadores. A vida deve ser intensa, verdadeira e nisso não há lugar pra perfeição, pro “felizes para sempre”. Porque o felizes para sempre não engloba os conflitos, os problemas do dia-a-dia, as desavenças, àqueles acontecimentos que surgem numa manhã fria de de domingo e mudam toda a sua vida, sem nem te dar tempo de respirar pra enfrentar o baque. O felizes para sempre ignora a realidade.


Não, não sou uma pessimista. É exatamente o contrario que quero dizer: intensidade não é a felicidade absoluta, o felizes para sempre; mas o felizes hoje, agora, o felizes apesar de. É enfrentar os problemas. É entender os defeitos.

Adorei essa lembrancinha!


E cada vez que vemos esse tipo (o verdadeiro!) de felicidade é muito bom. Semana passada uma grande amiga minha casou. Eu fiquei imensamente feliz com isso porque acompanhei a estória dos dois desde o começo, vi cada problema, vi eles resolverem e enfrentarem tudo. Participar desse momento dos dois foi uma situação impar por milhares de razões. Porque revivi todos os momentos que passamos juntas desde a época da faculdade. Das brigas, das confusões, da ameaça de expulsão da faculdade (pois é, confusões e injustiças de uma Jornada...), das festas, das provas, de dividir uma vida. Eu também acompanhei (embora nos últimos meses com uma distancia um pouco maior e mais dolorida) a estória dos dois e ela me faz ter certeza de que não existem príncipes encantados, e essa é a parte boa da história. Eles tiveram problemas, provavelmente vão ter outros ainda. Mas a felicidade que os dois estavam, o amor que eles sentem, é maior que isso tudo.


Então, felicidades aos noivos!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.

A primeira vez que vi em uma livraria “As intermitências da morte” decidi que queria ler. Mas lembro que passei meses prometendo que ia comprar, outros tantos esperando meu irmão, que tinha comprado, mandar de São Paulo, mais algumas semanas esperando criar coragem. Porque tinha certeza que não seria uma leitura fácil. Um livro que personifica, coloca sentimentos na morte. Este é para mim um assunto muito delicado; mas os assuntos mais delicados não podem se tornar tabu e este livro estava começando a ser um. Então resolvi respirar fundo e ler um livro que defendia a morte.
Estava errada.
“As intermitências...” é um livro que defende a vida, vivida até o último momento. E que, para que isso seja possível, é preciso entender que uma hora a morte chega; e é preciso recebê-la como a um convidado que causa desconforto e embaraço por ter chegado antes da hora, mas que deve ser bem tratado e chamado a sentar-se conosco.
Não aprendi essa lição. Ainda tenho a morte como a um daqueles convidados que se tem a obrigação de abrigar, alguém que não se suporta, mas não há nada a fazer senão tolerar.
Hoje a morte levou Saramago. O único autor de língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel de Literatura. Autor de uma literatura engajada e crítico de uma sociedade que não vê e não pensa. Contrário às religiões, mas com uma crença inalienável no homem.
Em tempos de celebridade instantânea, de individualismo exacerbado e de paixões por quem aparece na TV é cada vez mais necessário reler, rever, entender o que Saramago disse. O que todos que vão na contramão desta realidade tem à dizer. É preciso deixar de ver e começar a reparar, a olhar, a entender. É preciso ir além das aparências e penetrar na essência das coisas, transformar uma realidade embrutecida e enlouquecedora. É preciso lucidez.
Concordo com Fernando Meirelles: hoje, com a morte de Saramago, o mundo ficou mais burro e cego.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eu gosto, muito, de morar em Campo Grande. Ok, ok, apenas há poucos anos temos boas peças teatrais, e o preço ainda não é lá muito acessível; o cinema daqui é caríssimo e só passa filmes infantis e adolescentes; as pessoas são um pouco fechadas e em todas as esquinas ouvimos músicas com rimas pobres de uma dupla sertaneja qualquer, coisa que tem aos montes aqui. Sem esquecermos que todos os anos a maior parte da população adora ir cheirar coco de vaca na Expogrande. E que hipocrisia, filhinhos de papai e supostos donos do mundo tem aos montes, mas isso, convenhamos, não é exclusividade nossa.
Mas Campo Grande também tem o Cine Cultura, um cinema com ótimos filmes e péssimo público. Tem sobá; tem imigrantes, que trouxeram seus costumes e tradições, fazendo de Mato Grosso do Sul um estado cheio de cores, costumes, tradições. Tem as ruas largas. Tem o MS Canta Brasil. Tem Ipê no inverno, tapetes de flores no chão. Um pôr-do-sol fantástico, parques lindos (que, todos sabemos, são para esconder erosões. Mas não deixam de ser bonitos). “Muito longe” aqui é um lugar que fica no máximo à 25 minutos de carro.
Enfim, sou campograndense. Nasci aqui, sempre morei aqui e desde que decidi sair tenho sentido uma pontada coração por deixar tanta coisa que vivi aqui pra trás. Minha família está aqui. Meus amigos. A maioria dos momentos mais intensos que vivi foi nessa cidade. Eu vivi, e vivo, as coisas boas e as ruins. Por isso, cada vez que escuto alguém falar que Campo Grande (ou alguma cidade do interior, como Bonito ou Corumbá) fica em Mato Grosso me irrito. Não é, queridos péssimos em geografia. Desde 1977 somos um estado, tem um “sul” que nos individualiza, nos particulariza. E, algumas vezes, nos envergonha.
Como hoje (ontem, na verdade, considerando que já passa da meia-noite), no programa CQC. Quase doeu ouvir que foi um deputado daqui que agrediu a equipe que fazia uma reportagem sobre os deputados que assinam sem ler projetos de emenda constitucional.
Nosso Excelentíssimo Deputado Nelson Trad foi o responsável pelo feito.
Para quem não sabe, não se lembra ou se confunde, não é apenas ele com este sobrenome na política sul-matogrossense. A família Trad é (perdão pelo trocadilho; mas eles mesmos o usam...) uma das mais tradicionais na política por estes lados. O atual prefeito (Nelson Trad Filho), o deputado estadual Marcos Trad e o ex-presidente da OAB/MS, Fábio Trad, são os três pimpolhos do excelentíssimo senhor. Seguiram os passos do pai na política; minha tristeza é não entender de política regional o suficiente para dizer se também o fazem na forma de fazer política. Espero que não (eu tenho uma queda quase ilógica pelo otimismo).
Sim, não sou nenhuma expert em política. A maior parte do que sei é resultado de algumas reportagens soltas e alguns comentários de minha tia (ela sim, entende e sabe de tudo o que acontece por aqui. É bem verdade que é direitista, mas parente a gente perdoa e releva quase tudo. Ainda mais ela). Mas nada, absolutamente nada justifica a forma como ele se comportou com a repórter Monica Iozzi. Não responder, como alguns fizeram, já é um absurdo. Fugir, fingir que atende ao celular e outras manobras utilizadas por outros parlamentares é uma atitude infantil, no mínimo. Mas o que ele fez foi vergonhoso. Por não responder, por empurrar a repórter e o cinegrafista, por ignorar. E, principalmente, porque ele realmente representa a política sul-matogrossense: uma política retrógrada, hipócrita, com fortes traços coronelistas.
E é como campograndense que ama e odeia essa cidade, como sul-matogrossense que não deixa escapar o “Sul” quando vai pra fora do estado que digo: sinto-me pessoalmente envergonhada. Se pudesse, pediria desculpas por esse tipo de atitude; afinal, tendo ou não votado nele, ele me representa naquele Congresso.
Agora, não posso deixar de pensar: em que isso resulta? Sei que, como eu, muitos viram e se indignaram. Mas também sei que se ele se candidatasse seria, muito provavelmente, reeleito.
Então é preciso transformar essa revolta em ação. O “BORA BRASIL” do tópico anterior continua valendo: quando acabar a copa temos que continuar lembrando que somos brasileiros. E deixar de cometer os mesmos erros.

domingo, 13 de junho de 2010

Bora Brasil!!!!!!

De repente, todas as idéias sumiram.
Conversava com meu irmão e ele dizia: você podia escrever um texto sobre isso e publicar num blog. Aí eu escrevia o texto e deixava pra pensar no blog depois; mas como estava escrevendo só pra mim a coisa saiu pessoal de mais e (ao menos ainda) não me sentiria à vontade colocando aqui.
Aí, via uma reportagem, um outro blog, uma foto... tinha opinião e vontade de escrever sobre quase tudo; agora não vem um nada!
Então, o que fazer? Imitar post dos outros =D
Tá, tá não me orgulho disso. Mas em minha defesa digo não é uma imitação; é mais como uma releitura.
A idéia desta postagem veio do blog que o repórter Felipe Andreoli tem sobre a copa (Blog, aliás, que tá muito legal; aqui tem o link).
Não sou muito ligada a futebol. Não torço por nenhum time. A menos que o Brasil esteja em campo; aí as coisas mudam um pouco; até quase começo a entender algumas regras ;D
Além disso, considerando que só se ouve, vê e fala coisas sobre a copa do mundo, esse post vai ser exatamente sobre isso. Nas últimas copas:

86 – Tinha um ano. Acho que nem meus pais conseguiram assistir essa copa, porque minha irmã mais nova tinha acabado de nascer e eu ainda tinha uns probleminhas de saúde que encheram muito o saco deles.
90 – Cinco anos. Não lembro de nada dessa época, que dirá de uma copa.
94 – Lembro de quase tudo. Assisti na minha tia todos ou quase todos os jogos do Brasil; mas não assistia a nenhum outro jogo. O Baggio perdendo o pênalti e olhando pra baixo. O Galvão Bueno gritando “É tetra! É tetra!”
98 – O Brasil perdendo pra França. Assisti em casa, só com meus pais e meus irmãos. Acabou o jogo, aquela tristeza... descemos pra casa da minha tia. Lembro que era final de tarde e o céu estava lindo, como sempre é no inverno (que não existe) em Campo Grande: tons de vermelho se misturando com o azul. Lembro de pensar que naquele dia até o céu tava torcendo pra França.
2002 – Copa de madrugada. Lembro de um dia que a umas amigas vieram assistir em casa; dormimos e acordamos pro jogo. Quer dizer, fomos pra sala; acordávamos com a bagunça que os outros, que assistiam na varanda, faziam cada vez que o Brasil chegava perto. Acordávamos, torcíamos e assim que voltava àquele jogo de meio de campo não resistíamos e dormíamos de novo. Lembro pouco da final; mas lembro que era um jogo de manhã e que quando o Brasil ganhou fomos eu, meus irmãos e minha prima na Afonso Pena. Tava uma bagunça verde-e-amarela. Voltamos e teve churrasco. Delícia!
2006 – engraçado, mas é a copa que menos lembro (desde a primeira que eu lembro). Assistia na minha tia. Menos um dia, que saímos no começo do jogo pra ir assistir em um amigo da minha irmã; a cidade parecia deserta. E no aniversário da minha tia, o Brasil perdeu. Foi uma festa choca.
2010 – Acho que é a primeira copa que assisto jogos que não os do Brasil. Vamos ver no que dá. Torcendo, acreditando, essas coisas todas. Primeiro jogo já ta combinado: torcer com amigos na casa da Inara. A televisão lá é maior =D

Bora Brasil!!!!!!


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sábado, 12 de junho de 2010

E pra começar...

Pois é, pois é. Depois de meses ensaiando, pensando, planejando... resolvi começar esse blog.
Minha maior dificuldade, confesso, foi arrumar um título. Aí, pensei em trocar o blog por um twitter. Mas não ia dar, eu sou muito prolixa (sim, o pleonasmo foi proposital. Eu não consigo dizer uma coisa sem explicar, teorizar, rever. Eu sou muito prolixa!). Tinha que ser um blog. Mas ainda tinha um problema: o título.

Depois de muito (muito mesmo!) pensar, surgiu esse título da esfera motivacional da minha consciência (hauhauhauhauhauhauha) e gostei dele. Então ficou: fragmentos. Algumas palavras, fotos, textos e o que mais aparecer e que são necessários para uma (auto)compreensão. Escrever um pouco de mim, do que penso, do que gosto. Das coisas que tenho vontade de dizer mas que se perdem no caminho.

Enfim, vamos ver no que dá.

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